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Dr. Daniel Abreu

Edema Macular Diabético

 

O que é o Edema Macular Diabético?

O edema macular diabético é uma grave consequência do diabetes não controlado. Ao longo do tempo, níveis glicêmicos altos (glicose no sangue) podem levar a complicações vasculares em vários tecidos e órgãos, como no coração, sistema nervoso, rins, membros inferiores (pernas e pés) e inclusive nos olhos.

O diabetes mellitus é uma doença muito comum em indivíduos de todas as idades, e o número de casos vem aumentando nos últimos anos. Estima-se que 422 milhões de pessoas vivam com o diabetes, o que corresponde a quase 9% da população mundial.

Existem duas formas de o diabetes acometer a retina, sendo uma delas o edema macular diabético e a outra a retinopatia diabética. O diabetes é hoje a principal causa de cegueira em pessoas na idade produtiva. Ele afeta os vasos sanguíneos do olho, em particular os vasos da retina, que é a área do olho responsável por formar as imagens enviadas ao cérebro.

O edema macular diabético (EMD), também conhecido como maculopatia diabética, é caracterizado pelo acúmulo de líquido na mácula, que é a área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir.

O edema macular diabético é na verdade uma consequência da retinopatia diabética. O EMD pode ocorrer em qualquer estágio da retinopatia diabética, embora o risco aumente de acordo com a gravidade da retinopatia diabética. Cerca de metade das pessoas com retinopatia diabética desenvolve também EMD.

A principal causa do desenvolvimento do edema macular diabético são alterações estruturais nos vasos da retina causadas pela hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia desencadeia várias alterações no nosso corpo, como aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), danos na estrutura do DNA e de outros componentes celulares (danos oxidativos) e da inflamação crônica. Essas alterações lesam os vasos sanguíneos e aumentam a permeabilidade vascular da retina. À medida que se tornam mais permeáveis, líquidos, proteínas e outras moléculas vazam de dentro dos vasos sanguíneos e se acumulam próximos da retina e da mácula formando o edema macular diabético.

No início o edema geralmente não apresenta sinais ou sintomas, mas com o passar do tempo, a visão se torna borrada e distorcida e, se não diagnosticado e tratado corretamente o EMD pode evoluir para cegueira irreversível. Portanto, manter o controle da glicemia e as consultas frequentes ao endocrinologista e ao oftalmologista são as melhores formas de evitar a perda da visão. Por isso, pessoas com diabetes precisam ter cuidado redobrado com a saúde ocular, e procurar um especialista periodicamente ou caso apresentem qualquer alteração da visão.

Durante muitos anos, a cirurgia a laser era o único tratamento para o edema macular diabético. No entanto, mais recentemente, tratamentos com medicamentos como os anti-VEGF e implantes de corticosteroides têm demonstrado barrar a progressão do edema macular diabético e, em alguns casos, até recuperar parte da visão perdida em muitos pacientes com EMD.

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